Fórmula 1 esperava ver recordes. Mas está 6s5 mais lenta que há 10 anos

06/05/2015 22:13

A temporada da Fórmula 1 de 2015 começou com a expectativa da fornecedora de pneus, a Pirelli, em ver recordes de tempo  de volta serem quebrados. Afinal, este é o segundo ano das unidades de potência V6 turbo híbridas, que agora estão mais desenvolvidas, e os pneus são mais macios, gerando mais aderência.

Porém, após a disputa das quatro primeiras etapas, ficou claro que os atuais carros ainda estão muito longe dos mais rápidos da história da categoria: a geração altamente influenciada pela aerodinâmica e com motores V10, usada até 2005.

Em média, a diferença das melhores voltas daqueles carros com os da atual geração gira em torno de 6s5. Nas primeiras etapas de 2015, até tem sido observada uma diminuição desta diferença, mas bem abaixo da expectativa inicial da Pirelli.

Até aqui, os carros têm sido cerca de 1s mais rápidos do que ano passado. Mesmo assim, a melhor volta na Austrália ficou a 5s820 do recorde histórico, estabelecido em 2004. Na etapa seguinte, na Malásia, a diferença subiu para 7s839. No Bahrein, a distância entre o recorde, neste caso estabelecido em 2005, foi de 4s040.

O único bom sinal veio na prova da China, cujo circuito tem a maior reta do calendário, mostrando a evolução dos atuais motores: durante a corrida, Lewis Hamilton foi 1s806 mais lento que o recorde, de 2004, estabelecido por Michael Schumacher na Ferrari.

Ainda assim, o diretor esportivo da Pirelli, Paul Hembery, confia que os tempos vão, pelo menos, se aproximar dos recordes ao longo da temporada. "A redução nos tempos de volta que temos visto é significativa e os carros são vão ficar mais rápidos ao longo da temporada. Até podemos  ver recordes sendo batidos em alguns circuitos", assegurou o engenheiro.

A próxima etapa da Fórmula 1 será disputada neste fina de semana, na Espanha. No Circuito da Catalunha, a melhor marca é de 2008, devido a uma alteração feita no circuito. Ainda assim, ano passado, os carros foram pelo menos 7s248 mais lentos no traçado.

"Acho que os carros são diferentes – mais lentos, mais pesados", reconheceu Fernando Alonso, que estreou na categoria em 2001. "Na China, o ritmo da corrida foi de 1min43 e, em 2004, era de 1min33, então são 10s de diferença. Quando você pilota 10s mais lento você não tem as mesmas sensações."

Mesmo assim, o espanhol, que tem 239 provas no currículo, diz que segue entusiasmado com a categoria. Afinal, o que importa para ele é a sensação de competir. "O DNA do esporte continua o mesmo, que é competir contra os outros, bater os demais e ser mais esperto que eles. Quando eu ando de kart com os amigos, me divirto muito e estou a 80km/h, então a velocidade não importa, você curte a competição."

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